A mítica bota ortopédica que praticamente todos nós (adultos de hoje) usámos na nossa infância caiu em desuso e porquê?
Antigamente e nem assim há tanto tempo atrás, as crianças andavam de calções ou de vestido curto e botas ortopédicas em pleno verão. Era uma tortura para qualquer criança que na maioria utilizava por recomendação médica. Era um óptimo negócio para algumas sapatarias, mas afinal onde andam as tais botas?
Para desespero daqueles que sofreram com elas nos pés, hoje em dia este "tratamento" praticamente desapareceu, isto porque com a evolução do conhecimento sobre o desenvolvimento infantil, chegou-se à conclusão de que uma boa parte do que se acreditava ser problemas ortopédicos, na verdade são apenas situações normais do desenvolvimento e, utilizando ou não as botas, não faria a mínima diferença. Sorte dos miúdos de agora!
As condições ortopédicas mais comuns, que costumam preocupar os pais, na maioria das vezes não representam nenhuma patologia, mas situações de desenvolvimento.
Falemos das mais comuns:
- Pé Chato (Pé Plano): a maioria das crianças nasce com os pés planos, ou seja, os pés não possuem ainda arcada plantar. Isto fica mais evidente quando elas iniciam a marcha preocupando os pais. Porém, o desenvolvimento do arco plantar só se completa entre os 3 e os 10 anos de idade, e algumas vezes, isto pode até nem ocorrer. Por isso, existem adultos com os pés planos, o que não deixa de ser apenas uma variação do formato dos pés. Neste caso, só se recomenda tratamento para esta condição se houver dor. Uma criança com os pés planos não cai mais do que os outros e não tem qualquer restrição para a prática desportiva.
- Andar em Pontas: algumas crianças quando começam a andar, muitas vezes fazem-no na ponta dos pés várias vezes ao dia. Esta situação é normal até cerca dos 2 anos de idade, e por volta dessa idade deixam de o fazer. Se a criança persistir com este hábito deverá ser avaliada, pois poderá significar algum problema neurológico que necessite de tratamento.
- Pés virados para dentro (Anteversão Femoral): esta é uma situação que costuma preocupar muito os pais, uma vez que os pés têm uma posição virada para dentro e, por vezes, parece até que a criança pode tropeçar ao andar. Esta condição foi motivo para a utilização de bota ortopédica no passado, prática que hoje em dia foi excluída. O que acontece é uma variação normal na forma como as pernas e os pés se alinham, havendo uma mudança natural entre os 8 e os 15 meses de idade, quando as crianças começam a ficar de pé. Além disto, com o fortalecimento muscular que vai ocorrendo ao longo do desenvolvimento até à puberdade, esta condição vai-se corrigindo.
Um tratamento pelo método das cadeias musculares ajuda a acelerar a correcção.
- Pernas Arqueadas (Genu Varo): o Genu Varo é uma condição que pode ter componente genética, na qual há um arco entre as pernas. No geral, esta condição corrige-se por volta dos 2 anos de idade, sem nenhuma intervenção. Porém, se existir um arco exagerado na criança maior de 2 anos de idade, ou se o arco ocorrer apenas em um dos membros, isto pode significar um problema. Portanto, estás duas situações necessitam de avaliação por um especialista.
- Joelhos em "tesoura" (Genu Valgo): as crianças tendem a ter os joelhos em valgo, sendo frequente observar entre os 3 e os 6 anos de idade, quando ocorre uma mudança no alinhamento postural. Aos poucos sem que haja nenhum tratamento, os membros acabam por se corrigir. No entanto, existem situações extremas de genu valgo bastante acentuado ou situações em que ocorre apenas em um dos lados, nesses casos será necessário uma avaliação com um especialista.
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